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“Crossing Tech Talent with Lifestyle”: a proposta do MADAN Parque

Inserido num contexto universitário, o MADAN Parque está particularmente atento às realidades das ciências da saúde e das engenharias. Para conhecermos a proposta do MADAN Parque, fomos falar com Alcino Pascoal, Assessor da Administração deste parque de ciência e tecnologia.   – Como surgiu o MADAN PARQUE? Que tipo de…
“Crossing Tech Talent with Lifestyle”: a proposta do MADAN Parque

Inserido num contexto universitário, o MADAN Parque está particularmente atento às realidades das ciências da saúde e das engenharias. Para conhecermos a proposta do MADAN Parque, fomos falar com Alcino Pascoal, Assessor da Administração deste parque de ciência e tecnologia.

 

– Como surgiu o MADAN PARQUE? Que tipo de projetos incubam?

O Madan é um parque de ciência e tecnologia, que tem também uma incubadora. Foi constituído em dezembro de 1995, se bem que o arranque efectivo aconteceu em março de 2000. Foram 4 os sócios-fundadores: o Município de Almada, a Universidade NOVA de Lisboa, a FCT NOVA (escola de engenharia da NOVA) e ainda o UNINOVA.

Acolhemos empresas de base tecnológica (spin-offs, scale-ups e startups), bem como empreendedores individuais com uma ideia de negócio tecnológica e escalável, aos quais prestamos mentoria dedicada até à decisão: criar empresa ou abandonar a ideia.

 

– Têm alguma área de especialização?

Privilegiamos as áreas científicas presentes na FCT NOVA e na Egas Moniz School of Health & Science (que está connosco enquanto associado desde abril de 2020).

Em todo o caso, no momento presente, as áreas mais representadas na nossa «pool» de empresas são as seguintes: TIC, biotecnologia, biomédica, electrónica e ciências da engenharia.

 

– Em que consiste o vosso modelo de incubação?

Dispomos de quatro programas de incubação, isto é: incubação física em sala (“BOX”), incubação física em espaço de «cowork» (“NOMAD”), incubação virtual (“BUBBLE”) e ainda a incubação física em espaço de «cowork» para equipas StartUP Visa (“VISA”).

Cada programa obedece a regulamentação específica (com privilégio aos projectos empreendedores oriundos dos ecossistemas da NOVA e da Egas Moniz), preços diferenciados e serviços específicos, desenhados à medida das necessidades de cada cliente.

Dedicamos muito recursos à animação da comunidade, promovendo assim a cooperação entre as diferentes empresas e a sua exposição aos membros institucionais do nosso ecossistema (os quais podem aportar necessidades concretas de produtos e serviços).

 

– Conta-nos a história de uma startup que tenha marcado a incubadora? E onde é que a incubação convosco fez a diferença?

Destacamos, neste particular, a C-MO – Medical Solutions, que chegou até nós em abril de 2021 e com uma equipa pequena. Os seus fundadores são todos «alumni» de Engenharia Biomédica da FCT NOVA. A sua ideia de negócio (desenvolvimento de um dispositivo médico para a monitorização da tosse), com uma camada de IA na «cloud» e o uso de outras tecnologias pareceu-nos atractiva e mesmo escalável.

Não estávamos à espera que pouco mais de dois anos após a sua entrada no Madan fossem levantar 4,1 milhões de Euros (em agosto de 2023, numa ronda da Portugal Ventures e de dois fundos VC alemães) e tornar-se um dos nossos «uses cases» mais interessantes.

A equipa cresceu, sendo que contrataram recursos humanos de outras áreas científicas que são necessárias ao crescimento da empresa. Em fevereiro de 2023, juntaram 700 mil Euros do fundo belga Borealis e, nesta fase, estão já a preparar o «go to market», que irá privilegiar os mercados dos EUA e Canadá.

 

– Falhar também faz parte do caminho. Qual a maior aprendizagem com algo que não correu bem?

Em algumas ocasiões, acreditámos em demasia no discurso de determinados empreendedores, tendo alocado recursos importantes (tempo, espaço de gabinete, geração de «leads», etc.). Nada aconteceu depois, ao fim de alguns meses. Mediante essa aprendizagem, tornámos mais exigente o “Regulamento de Admissão de Empesas”, nomeadamente os critérios de avaliação dos projectos empreendedores nos momentos de candidatura e após instalação no Madan.

 

– Qual é o fator diferenciador da vossa incubadora? Por outras palavras, o que é que vocês têm de único que potencia o sucesso das startups que incubam?

Um espírito forte de comunidade que, por sua vez, é dinamizado em função da nossa localização geográfica (proximidade aos «campi» da FCT NOVA e da Egas Moniz, bem como à orla costeira). Esta combinação de «science & technology» e «living style» alimenta os sonhos dos nossos empreendedores.

O outro factor diferenciador (e que decorre da vizinhança dos «campi» universitários) prende-se com a nossa capacidade de promover o cruzamento de saberes de diferentes áreas científicas e como o talento existe, temos assim mais alguns ingredientes críticos para o sucesso do projecto Madan Parque.

A nossa proposta de valor é então crossing tech talent with lifestyle.

 

– Que tipo de projetos ou startups estão agora à procura?

Apostamos cada vez mais nos verticais «healtech, «healthcare» e «deep tech», que sejam fruto dos processos de fertilização cruzada de que já falamos na nossa proposta de valor.

O Madan tem margem para crescer e em breve vamos lançar um procedimento de hasta pública relativo a um lote de terreno com aproximadamente 6.400 m2. Este procedimento vai permitir a instalação de empresa(s)-âncora e/ou infra-estrutura(s) tecnológica(s) que possam beneficiar da proximidade explícita a dois «campi» e a muito talento. A captação deste investimento privado vai ser fundamental para a nossa atractividade enquanto parque de ciência e tecnologia, em linha com os pressupostos do grande projecto Almada Innovation District.

Da mesma forma, estamos a melhorar os serviços e a criar condições para que, em conjunto com a Universidade NOVA, a FCT NOVA e a Egas Moniz possamos captar projectos empreendedores de base tecnológica «very early stage» e «early stage», que possam ter respostas concretas para os desafios da sociedade e deste planeta pulsante em que vivemos.

– A comunidade é um dos factores que distingue uma incubadora de um centro de escritórios. Como cuidam da vossa e que planos têm para a tornar mais coesa e fértil?

Já havíamos aflorado este tema numa secção anterior, mas faltou dizer que promovemos encontros regulares da comunidade fora do nosso edifício. E que melhor localização senão as praias da Costa de Caparica?

Neste contexto, organizamos quatro ou cinco vezes por ano os nossos eventos, a que chamamos «beach meetup»! São momentos únicos de partilha com 2-3 «pitches» de empresas, «finger food», «soft drinks», conversas cruzadas e muito «networking» a olhar para o oceano, sendo que convidamos outras entidades do ecossistema para ficarem a conhecer melhor a nossa comunidade e mesmo desafiar, discutir oportunidades de cooperação, de investimento, etc.

 

– Quais são os principais desafios para a incubação, no vosso contexto concreto?

O maior desafio no momento presente prende-se com a dimensão da equipa (somente 3 ETI) e a multiplicidade de atividades que desenhamos, que implementamos e que somos chamados a desenvolver. Estamos a apostar cada vez mais em parcerias estratégicas e, também, no «scouting» de instrumentos financeiros que sejam relevantes para o nosso ecossistema, com o fito de encontrar as melhores respostas para o desafio acima enunciado.

SOBRE O #INCUBXDISCOVERIES
#IncubXdiscoveries é a rubrica mensal da Startup Portugal que vai ajudar-te a descobrir as incubadoras portuguesas. Que projetos incubam, como gerem a sua comunidade e que casos de sucesso tiveram e projetos futuros, são alguns dos temas abordados nestas entrevistas.

Se gostarias de conhecer melhor o MADAN Parque, porque gostarias de ver o teu projeto incubado nesta região ou porque queres estabelecer uma parceria, contacta a equipa da Startup Portugal através do e-mail incubadoras@startupportugal.com.

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Startup Portugal Team • Setembro 13, 2024

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