Revitalizar a competitividade europeia através da inovação
Os alicerces económicos da Europa enfrentam desafios sem precedentes, tal como salientado no relatório recentemente publicado por Mario Draghi. O comércio do continente está a diminuir e as empresas europeias – especialmente as startups – debatem-se com uma concorrência crescente e um acesso limitado aos principais mercados. Em resposta, a coligação S9+ insta os ministros do D9+ a tomarem medidas decisivas para revitalizar a competitividade e a influência económica da Europa.
Alarmante declínio da influência económica europeia
A presença da Europa na economia mundial tem vindo a diminuir significativamente nas últimas décadas. Outrora responsável por um quarto do PIB mundial, o continente enfrenta atualmente a dura realidade de que o seu PIB per capita é apenas metade do dos Estados Unidos. Além disso, nenhuma empresa europeia se encontra entre as 10 maiores do mundo, o que revela um atraso na investigação e desenvolvimento e no investimento em tecnologias críticas. A Europa também ficou para trás na produção de unicórnios tecnológicos, com mais de 100 leis relacionadas com a tecnologia e 270 reguladores ativos nas redes digitais dos Estados-Membros, o que, segundo alguns, contribui para esta estagnação.
A resiliência económica exige uma liderança europeia
O futuro da Europa depende da sua capacidade de adaptação, inovação e liderança na economia digital mundial. Para recuperar a sua posição, a Europa deve dar prioridade à colaboração internacional, à reforma regulamentar e à inovação impulsionada pela IA. Será fundamental encontrar um equilíbrio entre a privacidade dos dados e a competitividade, fazer avançar a transição digital ecológica e melhorar a governação.
Os Estados-Membros do D9+ devem estar à altura deste desafio, proporcionando a visão e a liderança necessárias para enriquecer um ecossistema de startups próspero. Chegou o momento de agir com coragem. Só através de esforços decisivos e unidos é que a Europa pode assegurar um crescimento sustentável e garantir o seu futuro económico.
A criação de um mercado único digital é crucial para as empresas em fase de arranque da Europa. Uma carteira digital que facilite transações transfronteiriças sem descontinuidades poderá ajudar a desbloquear o potencial económico do continente. No entanto, a regulamentação que rege este mercado deve ser “leve mas correta”, promovendo um equilíbrio entre a proteção dos utilizadores e a flexibilidade para que as empresas possam inovar.
Do peso das regulamentações a uma potência inovadora
Para que a Europa recupere a sua força económica, é necessária uma revisão completa do seu quadro regulamentar. As políticas não devem limitar-se a reagir aos desafios imediatos, mas devem ter uma visão de futuro, posicionando a Europa para aproveitar as oportunidades futuras. O atual quadro regulamentar corre o risco de asfixiar o crescimento. Nomeadamente, 67% das empresas em fase de arranque da UE receiam que a nova regulamentação possa entravar a inovação. Deve ser adoptada uma abordagem do tipo “pensar primeiro em pequena escala”, dando prioridade às necessidades das empresas em fase de arranque, o que significa que a Europa deve ser cautelosa, especialmente em domínios em expansão como a IA. Pensamos que uma regulamentação demasiado rigorosa afasta a inovação do estrangeiro, a não ser que a UE elabore políticas que estabeleçam o equilíbrio certo, garantindo que as empresas em fase de arranque possam prosperar, protegendo simultaneamente os consumidores e mantendo uma concorrência leal.
A grande notícia é que a Europa possui as ferramentas necessárias para se transformar numa potência mundial de empresas em fase de arranque, mas para tirar partido dessas capacidades, o continente deve promover um ambiente de mercado dinâmico e aberto que incentive a inovação e apoie o crescimento das empresas em fase de arranque. Isto exige uma revisão regulamentar, e é por isso que instamos os líderes políticos a elaborar políticas que não só respondam aos desafios atuais, mas também aproveitem as oportunidades futuras.
Pode ler aqui a declaração completa (em inglês).
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