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“A Proximidade Permanente da Equipa”: o que se faz no BioBIP

Fundada em 2015 pelo Politécnico de Portalegre, a BioBIP tornou-se um ponto central na promoção da inovação e do empreendedorismo no Alto Alentejo. Com instalações de ponta e um forte sentido de comunidade, apoia startups que valorizam o potencial da região. Falámos com o seu diretor, Artur Romão, para saber…
“A Proximidade Permanente da Equipa”: o que se faz no BioBIP

Fundada em 2015 pelo Politécnico de Portalegre, a BioBIP tornou-se um ponto central na promoção da inovação e do empreendedorismo no Alto Alentejo. Com instalações de ponta e um forte sentido de comunidade, apoia startups que valorizam o potencial da região. Falámos com o seu diretor, Artur Romão, para saber mais sobre o seu percurso e impacto.

Este conteúdo está disponível em inglês.

 

– Como surgiu a BioBIP? Que tipo de projetos incubam?

A BioBIP – Bioenergy and Business Incubator of Portalegre –  surgiu em 2015, numa iniciativa do Politécnico de Portalegre, assente no cruzamento das amplas competências que lhe são reconhecidas na formação de nível superior para o empreendedorismo, em que foi pioneiro, e no ensino e investigação avançada na área das energias renováveis e da valorização ambiental, constituindo-se como uma incubadora de base tecnológica, integrando um Centro de Bioenergia.

Atualmente, acolhemos todo o tipo de projetos inovadores, preferencialmente de base tecnológica, com elevado potencial de crescimento, relacionados com as áreas formativas e com os domínios de investigação do Politécnico de Portalegre, que utilizem os recursos da região, ou pretendam utilizar o território do Alto Alentejo como laboratório de experimentação.

 

– Têm alguma área de especialização? Em que consiste o vosso modelo de incubação?

Mantendo o foco original em projetos que possam contribuir para a sustentabilidade energética e ambiental, beneficiando do Centro de Experimentação BioBIP Energy e do Laboratório de Bioenergia, a BioBIP reúne outras áreas de acolhimento preferencial, como sejam o design, as tecnologias de informação e comunicação, a saúde, considerando também a disponibilidade de recursos com que passou a contar desde 2023, com a entrada em funcionamento da 2ª fase da BioBIP, após a expansão das suas instalações, e dos novos laboratórios: o BioBIP Fablab (Laboratório de fabricação digital e robótica) e o BioBIP LAAM (Laboratório de Audiovisuais, Animação e Multimédia).

Na BioBIP temos a flexibilidade para implementar diferentes modelos de incubação, de acordo com o perfil dos nossos incubados e a natureza do projeto ou da empresa, podendo compreender três fases principais – pré-incubação, incubação e desenvolvimento empresarial – disponibilizando-se o suporte específico e os recursos necessários para auxiliar os promotores, desde a concepção da ideia até a implementação com sustentabilidade no mercado; os quais podem compreender regimes de incubação física, em espaço próprio ou em cowork, ou de incubação virtual.

 

– Conta-nos a história de uma startup que tenha marcado a incubadora? E onde é que a incubação convosco fez a diferença?

Nestes oito anos de vida, são já mais de meia centena de projetos e empresas que surgiram, cresceram ou se desenvolveram com o suporte da BioBIP. Tal como sucede com os nossos filhos – no meu caso, são 4 –  não é possível destacar um deles. A todos dedicamos idêntica atenção, carinho e empenho, regozijando-nos de idêntica forma com os seus sucessos.

Naturalmente que, sendo a BioBIP uma incubadora do Politécnico de Portalegre, as startups promovidas pelos nossos alunos ou diplomados, fruto de ideias ou iniciativas aqui geradas, redobram a nossa satisfação. Mas tal sucede igualmente quando notamos as empresas que apoiamos a contribuírem para a empregabilidade dos nossos diplomados, a trazerem de volta ao Alentejo, empresários e profissionais desta região que andavam por outras partes do mundo, a atraírem para este território valiosos profissionais de outros países que aqui chegam e se adaptam com tanta facilidade, enriquecendo a região.

A diferença no contributo para os percursos de sucesso, felizmente a larga maioria, resulta essencialmente do apoio de toda a comunidade da BioBIP, incluindo o proporcionado pelos próprios incubados, da proximidade da equipa, da facilidade do contacto com alunos, diplomados, docentes, investigadores do Politécnico, para além das infraestruturas físicas e dos recursos laboratoriais.

 

– Falhar também faz parte do caminho. Qual a maior aprendizagem com algo que não correu bem?

Como exemplo próprio, o projeto da BioBIP teve de ser reajustado, em consequência da redução do montante de financiamento face ao inicialmente planeado, na sua fase arranque, o que nos obrigou a um esforço de racionalização, ainda maior, dos recursos, e a conter alguma da ambição inicial. Contudo, tal acabou por se revelar uma vantagem, permitindo-nos um reposicionamento estratégico, motivando-nos a criar novas respostas, mais inovadoras, em outras áreas de especialização, que o mercado e a região nos foram solicitando, e que vieram a revelar-se de grande sucesso.

 

– Qual é o fator diferenciador da vossa incubadora? Por outras palavras, o que é que vocês têm de único que potencia o sucesso das startups que incubam?

Mais do que os recursos físicos, com as atuais e amplas valências laboratoriais, em áreas específicas, mas que se complementam (Bioenergia, FabLab, LAAM); mais do que a localização, numa área tranquila, na fronteira de um Parque Natural (da Serra de São Mamede), numa cidade segura, com elevada qualidade de vida; mais do que a facilidade de relacionamento com todos os atores da região; o principal fator diferenciador da BioBIP assenta na proximidade permanente da sua equipa (alargada), a qual inclui os próprios empresários e promotores incubados, e todos os quase 4000 membros da comunidade do Politécnico de Portalegre (docentes e investigadores, alunos, técnicos, pessoal de suporte) de diferentes áreas de especialidade.

 

– A comunidade é um dos factores que distingue uma incubadora de um centro de escritórios. Como cuidam da vossa e que planos têm para a tornar mais coesa e fértil?

Organizamos regularmente diversos eventos, bem como somos muitas vezes “surpreendidos” por iniciativas dos próprios incubados, que ajudam ao robustecimento dos laços entre os membros da comunidade da BioBIP.

O Politécnico de Portalegre, do qual a BioBIP faz parte, é certificado (desde há muito) no âmbito da Responsabilidade Social, também (mais recentemente) na conciliação da vida profissional e familiar, e foi reconhecido com o selo do Prémio Locais de Trabalho Saudáveis (Healthy Workplaces Award’24), o que atesta o nosso empenho neste domínio.

 

– Querem partilhar connosco alguma novidade?

Tendo por base o sucesso da BioBIP, fomos desafiados pelo Município de Portalegre a desenvolver um projeto de uma nova incubadora, num edifício reabilitado, no centro histórico da cidade. Há cerca de um ano e meio, inaugurámos a C.BIP – uma incubadora de empresas de base não tecnológicas, orientada preferencialmente para empresas nas áreas das indústrias culturais e criativas, onde instalámos também o Laboratório de Inovação Social do Alentejo, alargando-se assim, ainda mais, as nossas áreas de intervenção, bem como as potenciais sinergias daí resultantes, e que procuraremos aproveitar da melhor forma.

 

 

SOBRE O #INCUBXDISCOVERIES

#IncubXdiscoveries é a rubrica mensal da Startup Portugal que vai ajudar-te a descobrir as incubadoras portuguesas. Que projetos incubam, como gerem a sua comunidade e que casos de sucesso tiveram e projetos futuros, são alguns dos temas abordados nestas entrevistas.

Se gostarias de conhecer melhor a BioBIP, porque gostarias de ver o teu projeto incubado nesta região ou porque queres estabelecer uma parceria, contacta a equipa da Startup Portugal através do e-mail incubadoras@startupportugal.com.

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Patrícia Roque • Novembro 22, 2024

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