“Estamos aqui para fazer acontecer!”: A vida na START Esposende

Situada na costa norte de Portugal, a START Esposende foca-se no apoio a negócios e projetos alinhados com as características da região, proporcionando a estrutura e o suporte necessários para que possam crescer e consolidar-se. Para perceber o que os distingue, falámos com Joana Barbosa, Coordenadora da START Esposende.

Este conteúdo está disponível em inglês.

– Como surgiu a START Esposende? Que tipo de projetos incubam?

A START Esposende nasceu de uma visão clara: ser uma ponte entre o talento local e as oportunidades de negócio, enquanto estimulamos o empreendedorismo no concelho de Esposende. O Município percebeu que, para dinamizar a economia local e atrair investimento, era preciso um espaço que unisse boas ideias, empresas com vontade de crescer e uma rede de parceiros cheia de know-how. Foi assim que decidimos criar algo que fosse mais do que uma incubadora — somos também uma agência de captação de investimento!

A START Esposende é multissetorial: desde fintech até negócios mais tradicionais que querem modernizar-se e ganhar escala. A nossa missão é simples: ajudar ideias e empresas a crescer, sempre de olhos postos em como isso pode beneficiar a economia local. Seja para dar os primeiros passos ou para ganhar tração num mercado competitivo, estamos aqui para fazer acontecer!

– Têm alguma área de especialização?

Apesar de sermos uma incubadora multissetorial, temos um foco especial em setores estratégicos que refletem as características únicas do território. Estes setores não só aproveitam o que o concelho tem de melhor, mas também se alinham com tendências globais de inovação e sustentabilidade:

Economia do Mar e Água: Com os nossos rios e mar, temos o palco perfeito para explorar um vasto potencial de recursos. Desde aquacultura ao aproveitamento sustentável do sargaço, estamos no centro de um ecossistema que atrai inovação em tecnologias do mar.

Indústria: Trabalhamos para fortalecer a ligação com o setor industrial, especialmente nas áreas criativas e tecnológicas de alto valor acrescentado. Acreditamos na inovação como motor para aumentar os efeitos de spillover na indústria e expandir o controlo sobre a cadeia de valor.

Agroalimentar 4.0: Incentivamos a aplicação de tecnologias da Indústria 4.0 ao setor agrícola. Além disso, olhamos oportunidades em nichos emergentes, como na instalação de indústrias complementares como embalamento e conservação.

Turismo de Água, Tranquilidade e Natureza: Esposende é um destino privilegiado para quem procura bem-estar, desportos náuticos ou experiências ligadas à natureza. Apostamos em tornar o concelho num dos principais pontos para desportos náuticos

Estes setores são o reflexo da nossa identidade, mas, mais importante, são áreas onde acreditamos que o talento e as ideias podem florescer para criar impacto real.

– Em que consiste o vosso modelo de incubação?

O modelo de incubação da START Esposende divide-se em três fases: pré-incubação, onde ajudamos a estruturar ideias de negócios; incubação, para empresas até 24 meses; e desenvolvimento, para empresas mais maduras, garantindo continuidade do crescimento.

Oferecemos três modalidades: presencial, em cowork ou em gabinete, e virtual, para empresas que não necessitam de espaço físico.

Entre os serviços oferecidos destacamos o acesso à bolsa de parceiros especializados em áreas distintas, e o acesso à rede de mentores.

– Conta-nos a  história de uma startup que tenha marcado a incubadora? E onde é que a incubação convosco fez a diferença?

A Lympid, uma fintech que utiliza a blockchain para criar oportunidades de investimento para não especialistas, é um excelente exemplo de startup que marcou a nossa incubadora. Embora tenha permanecido connosco por apenas 3 meses, a equipa beneficiou imenso da rede de mentores, que proporcionou um acompanhamento de qualidade e ajudou a esclarecer as dúvidas cruciais para dar o próximo passo no negócio. Esse suporte focado nas suas necessidades naquele momento foi fundamental para o crescimento e amadurecimento da Lympid.

– Falhar também faz parte do caminho. Qual a maior aprendizagem com algo que não correu bem?

A maior aprendizagem que tivemos foi a necessidade de estabelecer um equilíbrio claro entre o que a incubadora pode oferecer e o que é responsabilidade do empreendedor. Por vezes, especialmente nas primeiras experiências de incubação, podemos cair na tentação de tentar fazer tudo pelas equipas, mas isso acaba por prejudicar o crescimento e a aprendizagem das mesmas. O nosso trabalho é proporcionar o apoio necessário, mas sem substituir o papel ativo do empreendedor na execução e nas decisões. O verdadeiro valor vem do processo de construção e aprendizagem, e é isso que procuramos facilitar.

– Qual é o fator diferenciador da vossa incubadora? Por outras palavras, o que é que vocês têm de único que potencia o sucesso das startups que incubam?

O nosso grande diferencial é a atenção personalizada e ágil, com uma rede de mentores e parceiros que está sempre pronta a ajudar. Além disso, a proximidade com o tecido empresarial local, por sermos a agência de captação de investimento e o rosto do desenvolvimento económico da Câmara Municipal de Esposende, facilita a criação de sinergias entre as novas startups e as empresas já consolidadas. A informalidade no trato e a flexibilidade no apoio são também elementos-chave para o sucesso das empresas que incubamos.

– A comunidade é um dos factores que distingue uma incubadora de um centro de escritórios. Como cuidam da vossa e que planos têm para a tornar mais coesa e fértil?

Cuidamos da nossa comunidade criando um ambiente colaborativo e próximo, onde as startups podem aprender umas com as outras, partilhar experiências e construir parcerias. Organizamos eventos, workshops e encontros frequentes, facilitando o networking e o crescimento conjunto. Além disso, oferecemos acompanhamento contínuo e descomplicado para garantir que as empresas se sintam apoiadas ao longo de toda a sua jornada. Temos planos para tornar essa comunidade ainda mais coesa, com mais iniciativas de integração e colaboração, visando sempre gerar novas oportunidades e sinergias.

– Quais são os principais desafios para a incubação, no vosso contexto concreto?

Limitações no acesso a recursos humanos qualificados, o que pode dificultar a atração de talentos. Além disso, observamos, por vezes, uma falta de preparação e comprometimento de alguns empreendedores bem como um mau entendimento quanto ao papel de uma incubadora. Estes desafios exigem um apoio constante e uma abordagem personalizada para garantir que as startups estejam bem equipadas para enfrentar o mercado e crescer de forma sustentável.

– Querem partilhar connosco alguma novidade? Algum evento ou alguma iniciativa que devemos todos ter na nossa agenda?

A 2ª edição da Start Me Up – Feira de Emprego, Empreendedorismo e Futuro, que promete ser um evento relevante para quem está à procura de novas oportunidades e de fazer contactos no mundo do empreendedorismo. Além disso, o START Esposende | Digital Way, um projeto que visa apoiar negócios tecnológicos e startups na região, com foco na inovação digital. Ambos são ótimas oportunidades para se conectar e crescer no ecossistema local!

SOBRE O #INCUBXDISCOVERIES

#IncubXdiscoveries é a rubrica mensal da Startup Portugal que vai ajudar-te a descobrir as incubadoras portuguesas. Que projetos incubam, como gerem a sua comunidade e que casos de sucesso tiveram e projetos futuros, são alguns dos temas abordados nestas entrevistas.

Se gostarias de conhecer melhor a START Esposende, porque gostarias de ver o teu projeto incubado nesta região ou porque queres estabelecer uma parceria, contacta a equipa da Startup Portugal através do e-mail incubadoras@startupportugal.com.