#IncubXdiscoveries

«Ligação entre Universidade e Empresas»: na IPN Incubadora

«Ligação entre Universidade e Empresas»: na IPN Incubadora

Na edição deste mês de #IncubXdiscoveries, exploramos como a IPN Incubadora promove a ligação entre a academia e o tecido empresarial, transformando conhecimento científico em impacto real. Com raízes pioneiras em Coimbra e um histórico que inclui vários unicórnios portugueses, o IPN é um exemplo de maturidade e excelência na incubação tecnológica.

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– Como surgiu a Incubadora do Instituto Pedro Nunes (IPN)? Que tipo de projetos incubam?

O Instituto Pedro Nunes (IPN) foi criado em 1991, em Coimbra, como iniciativa liderada pela Universidade de Coimbra para promover a transferência de tecnologia e inovação entre o meio académico e empresarial através de 3 eixos de atuação: I&D aplicada com laboratórios de transferência de tecnologia próprios com a missão de colaborar com o tecido produtivo regional e nacional; Incubação de Empresas de base tecnológica e inovadora; Formação especializada em áreas tecnológicas e de gestão/empreendedorismo dirigida a ativos das empresas incubadas, empreendedores e quadros de PMEs em geral.

A atividade de incubação de empresas iniciou-se no final de 1995, quando o edifício da 1ª Incubadora ficou concluído, fazendo do IPN uma das incubadoras pioneiras em Portugal e que foi fundamental para o desenvolvimento do ecossistema empreendedor na região centro.

A fundação do IPN, e consequentemente da sua incubadora, esteve diretamente relacionada com a necessidade de acelerar a criação de empresas inovadoras, sobretudo spin-offs universitárias, facilitando o aproveitamento dos resultados de investigação científica para gerar valor económico. O ambiente muito próximo e colaborativo com centros de investigação da Universidade de Coimbra, em particular da Faculdade de Ciências e Tecnologia, sempre foi uma marca distintiva da incubadora.

Apoiamos projetos de base tecnológica e inovadora e serviços avançados, com especial ênfase em spin-offs académicos e outras start-ups fortemente ligadas a centros de conhecimento.

 

– Em que consiste o vosso modelo de incubação?

O modelo de incubação do Instituto Pedro Nunes (IPN) consiste num apoio estrutural e multidisciplinar, dirigido a projetos inovadores de base tecnológica e científica, aliando recursos físicos, técnicos e de rede ao desenvolvimento de empresas emergentes.

Este modelo do IPN assenta em três pilares principais: Ligação entre universidade e empresas, promovendo inovação e transferência de tecnologia através de 7 laboratórios de I&DT aplicada próprios; Incubação e aceleração de ideias e empresas com forte base tecnológica e inovação, qualidade, rigor e empreendedorismo; Formação especializada em áreas tecnológicas e de gestão para a promoção de uma cultura de qualidade, rigor e empreendedorismo.

O processo de incubação divide-se tipicamente em duas modalidades: Incubação Virtual, para startups em estágios iniciais, e Incubação Física, para empresas com plano de negócios validado, dando acesso a espaço físico, laboratórios, mentoria, apoio em gestão, marketing, acesso a mercados e financiamento, networking e propriedade intelectual.

Para mais, o IPN distingue-se ainda pela taxa de sobrevivência elevada das empresas incubadas, elevado número de casos de sucesso e reconhecimento internacional e ações de cooperação com outras incubadoras na Região Centro sob filosofia “Powered by IPN”, como é o caso do HIESE – Habitat de Inovação Empresarial nos Setores Estratégicos, no município de Penela. O IPN apoiou o nascimento e/ou desenvolvimento de 3 unicórnios portugueses (Feedzai, Talkdesk e Sword Health) e esteve na origem de 4 das 6 maiores empresas de desenvolvimento de software em Portugal (Critical Software, Critical Techworks, Feedzai e WIT Software).

 

– Conta-nos a história de uma startup que tenha marcado a incubadora. E onde é que a incubação convosco fez a diferença?

Provavelmente o mais marcante, por ter sido o primeiro grande caso de sucesso, foi a Critical Software, criada em 1998 e que teve logo um enorme destaque pela sua colaboração com a NASA e depois com a ESA. O ambiente da incubadora permitiu à empresa beneficiar de apoio infraestrutural, técnico e de redes científicas e empresariais, impulsionando o seu crescimento inicial.

Em 2011 surge a Feedzai, o nosso primeiro Unicórnio e que já usufruiu de um vasto leque de serviços de infraestruturas, serviços de contabilidade, candidaturas a sistemas de incentivos, intermediação com investidores de capital de risco, projetos conjuntos com o nosso laboratório de informática, etc.

Mais recentemente temos, por exemplo, os casos da Ethiack, referência em Cibersegurança com uso de IA, introduzindo artificial hackers para testar vulnerabilidades em sistemas informáticos, e da Framedrop com a sua plataforma alimentada por inteligência artificial para automatizar a edição e pós-produção de vídeos. Estas duas empresas foram as vencedoras do programa Road 2 Web Summit 2023 e 2024, respectivamente, atestando o elevadíssimo nível das nossas empresas incubadas.

 

– Falhar também faz parte do caminho. Qual a maior aprendizagem com algo que não correu bem?

Temos aprendido continuamente ao longo dos anos. No passado tivemos um ou outro caso de “apadrinhamento” incentivado por nós, de novos empreendedores por parte de empreendedores mais experientes e alumni que não correram muito bem. Apreendemos que devemos ser muito mais cuidadosos nestas situações, gerindo logo à partida as expectativas e deixando muito claro o nosso papel de completa independência das partes.

 

 

– Qual é o fator diferenciador da vossa incubadora? Por outras palavras, o que é que vocês têm de único que potencia o sucesso das startups que incubam?

Equipa muito qualificada e experiente de cerca de 30 profissionais na área da economia e finanças, gestão, engenharia. Leque de serviços especializados muito vasto e profundo realizados com meios próprios: contabilidade e fiscalidade especializada em start-ups; candidaturas a sistemas de incentivos a I&DT, internacionalização, qualificação e outros; fundraising junto de BAs e VCs, Validação Tecnológica e co-desenvolvimento de produtos; serviços especializados de Propriedade Intelectual, etc. Acesso a sete laboratórios próprios de I&D (com mais de 130 investigadores e técnicos), uso de infraestruturas de alto nível, e proximidade com a Universidade de Coimbra.

 

– A comunidade é um dos factores que distingue uma incubadora de um centro de escritórios. Como cuidam da vossa e que planos têm para a tornar mais coesa e fértil?

Organizamos uma grande quantidade de eventos temáticos e de confraternização ao longo do ano (ações de formação, workshops, apresentações, “welcome summer”, “goodbye summer”…) sempre com momentos de partilha e networking. Mas para além disso, no dia a dia, todos os gestores de incubação e aceleração têm uma atitude e forte compromisso com a criação destes laços entre a comunidade, promovendo muitas reuniões formais ou informais entre empreendedores residentes, no sentido de avaliar oportunidades concretas de sinergias e cooperação entre eles e com os diversos laboratórios e departamentos do IPN.

 

– Quais são os principais desafios para a incubação, no vosso contexto concreto?

No nosso caso concreto, tendo um modelo muito exigente de incubação, com um grande leque de serviços prestados com meios próprios, o ponto crítico reside na seleção, recrutamento e capacidade de retenção destes profissionais, pois são muito requisitados no mercado. Do ponto de vista da procura, notamos, nos últimos anos, uma diminuição de projetos com a natureza de spin-off académicos, que são a nossa prioridade e razão principal de existência no contexto da UC, pelo que se torna necessário estudar e avaliar as causas desta situação e procurar sugerir medidas ao governo e universidades no sentido de estimular esta via de transferência de tecnologia e conhecimento.

 

– Querem partilhar connosco alguma novidade? Algum evento ou alguma iniciativa que devemos todos ter na nossa agenda?

O Startup Capital Summit (SCS) é um dos principais eventos nacionais sobre capital de risco, inovação, empreendedorismo e transferência de tecnologia que ocorre, a cada 2 anos, em Coimbra. É um evento de um dia que reúne empreendedores, investidores, investigadores e empresas no Convento São Francisco para debater as últimas tendências do ecossistema, com o alto patrocínio do Presidente da República Portuguesa.

SAVE THE DATE #SCS26: 3 de junho de 2026, Convento São Francisco, Coimbra.

 

SOBRE O #INCUBXDISCOVERIES

#IncubXdiscoveries é uma rubrica mensal da Startup Portugal que dá a conhecer as incubadoras portuguesas — os projetos que acolhem, como gerem as suas comunidades, que histórias de sucesso têm e quais os planos para o futuro.

Se quiseres saber mais sobre a IPN Incubadora — seja para incubares o teu projeto nesta região ou para estabeleceres uma parceria — entra em contacto com a equipa da Startup Portugal através do e-mail incubadoras@startupportugal.com.

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Startup Portugal Team • Outubro 10, 2025

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