Como as startups estão a redefinir a hospitalidade sustentável

Como as startups estão a redefinir a hospitalidade sustentável
por João Machado, CEO da Savearth
Este conteúdo está disponível em inglês.
A sustentabilidade tornou-se uma palavra da moda nos últimos anos, mas é muito mais do que uma tendência. Qualquer produto construído a pensar no futuro deve começar por aí. O verdadeiro progresso só acontece quando a sustentabilidade deixa de ser um item de lista de verificação e passa a ser uma missão central. E são as startups que estão a liderar esta mudança, provando que a inovação é mais forte quando impacto e rentabilidade trabalham em conjunto, e não em oposição.
À medida que os hóspedes se tornam mais conscientes da pegada ambiental das suas viagens, os hotéis enfrentam um grande desafio: como reduzir o consumo de água sem comprometer o conforto ou a experiência. Até agora, a maioria das iniciativas de sustentabilidade na hotelaria tem-se limitado a lembretes simpáticos sobre poupar água. Todos já os vimos. Um gesto bem-intencionado, sim, mas insuficiente. Os hotéis podem fazer mais. Fazer melhor. A realidade é muito mais urgente: um único duche num hotel pode chegar aos 150 litros de água, quatro vezes o valor recomendado, o que representa mais de 7 mil milhões de euros em perdas anuais para o setor.
É aqui que entra uma nova geração de startups de climate tech, que estão a transformar boas intenções em ação real. Não se limitam a informar, envolvem. Não culpabilizam os hóspedes, capacitam-nos. Porque uma coisa já ficou clara: a sustentabilidade só se torna real quando as pessoas participam ativamente. Não pode ser uma via de sentido único; exige esforço de ambos os lados. Se queremos mudar comportamentos, temos de tornar o processo pessoal, divertido e partilhável.
Nascida de um alerta pessoal, depois de descobrir que, até 2050, cinco mil milhões de pessoas poderão ter dificuldade em aceder a água potável, a Savearth, uma startup portuguesa, representa esta nova mentalidade. Ao identificar que o consumo excessivo de água nos hotéis é tanto uma perda ambiental como financeira, decidimos transformar a sustentabilidade numa vantagem competitiva.
Após um ano de desenvolvimento e testes em unidades hoteleiras de referência em Lisboa e no Porto, a Savearth lança agora a primeira plataforma de inteligência comportamental alimentada por IA para o setor da hotelaria. A solução combina sensores inteligentes e análise avançada de frequências sonoras para interpretar, em tempo real, o uso de água durante o duche, através de um modelo inovador de IA. Mas o verdadeiro avanço está no que acontece a seguir: mais do que monitorizar, o sistema informa o hóspede sobre o impacto das suas ações e recompensa quem adota hábitos mais sustentáveis, através de um modelo “save to earn” que transforma o eco-comportamento em valor tangível. Estamos a construir algo simples na essência, mas com um impacto poderoso.
Esta abordagem não limita a experiência, eleva-a. Sem reduzir a pressão da água, sem alertas intrusivos. Apenas uma camada de inteligência que transforma comportamentos do dia a dia em impacto mensurável. Os primeiros testes mostraram uma poupança média de 46% em água e energia, juntamente com algo ainda mais valioso: hóspedes a afirmar que, pela primeira vez, sentiram que faziam parte da solução.
Para os hotéis, a Savearth desbloqueia ainda algo inédito: dados. Informações disponíveis através de um dashboard intuitivo ou de um assistente de IA no WhatsApp, que oferece aos gestores visibilidade em tempo real sobre o consumo de água. Num mundo onde os dados são ouro, isto transforma sustentabilidade em inteligência.
E isto é apenas o começo. Embora os duches sejam o primeiro caso de uso, a nossa visão vai muito mais longe. A Savearth quer tornar-se a principal plataforma de IA para transformação comportamental na hotelaria, abordando outras fontes de sobreconsumo, desde a troca de toalhas à limpeza de quartos e além, sempre com o mesmo princípio: capacitar as pessoas para agir de forma mais inteligente, sem sacrificar o conforto.
Startups como a Savearth marcam a transição da Sustentabilidade 1.0, baseada em avisos e restrições, para a Sustentabilidade 2.0, impulsionada por dados, IA e incentivos comportamentais positivos. Um novo paradigma onde a tecnologia não controla, mas capacita. Menos desperdício, mais consciência e mais valor por hóspede. No fim, a tecnologia é apenas a ferramenta. O que realmente cria impacto é o comportamento com propósito.
Se estás a construir o futuro da hotelaria, descobre estas e outras soluções inovadoras no Hospitality Innovation Summit, na segunda-feira, dia 10 de novembro, das 16h30 às 20h, no PortoBay Liberdade, em Lisboa. Se estás a moldar o futuro da hospitalidade, é aqui que deves estar. Inscrição gratuita aqui.
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