“Celebrar o Presente para Inspirar o Futuro”: são já 20 anos de TAGUSVALLEY

Com uma história já a chegar à segunda década, o TAGUSVALLEY continua apostado em apoiar o empreendedorismo. Pedro Saraiva, Diretor Executivo do TAGUSVALLEY, explicou-nos o que diferencia este Parque de Ciência e Tecnologia e quais os desafios que se avizinham.

Este conteúdo está disponível em inglês.

– Como surgiu o TAGUSVALLEY? Que tipo de projetos incubam?

O TAGUSVALLEY – Parque de Ciência e Tecnologia é um projeto iniciado em 2004, em Abrantes, no distrito de Santarém. O Parque desempenha um papel fundamental como agente dinamizador da inovação, do empreendedorismo, do conhecimento e da economia da região do Médio Tejo, oferecendo diversos serviços para apoiar e satisfazer as necessidades do tecido empresarial, tanto a nível regional como nacional.

Atualmente, acolhemos 67 projetos, dos quais 25 na modalidade de incubação em cowork, 23 em incubação virtual, 15 em incubação em gabinete e 4 na modalidade de apoio ao desenvolvimento empresarial (aceleração e instalação).

– Têm alguma área de especialização?

Somos uma incubadora de base tecnológica, com foco nos setores das tecnologias de informação, dos processos industriais, do setor alimentar e do setor energético. Contudo, estamos sempre abertos a uma conversa inicial para projetos de diversos setores.

– Em que consiste o vosso modelo de incubação?

O modelo de incubação da TAGUSVALLEY oferece um suporte integral às startups, desde o desenvolvimento do conceito até à fase de crescimento e internacionalização. Este suporte inclui acesso a infraestruturas modernas, mentoria especializada nas áreas de gestão, jurídica, comunicação e financiamento.

O nosso Programa 3 + 3 é uma abordagem estruturada para o acolhimento e desenvolvimento de projetos e startups, dividido em duas fases de três meses cada uma. Este programa visa proporcionar um suporte contínuo e progressivo aos empreendedores, ajudando-os a evoluir da fase inicial da ideia até à sua concretização e entrada no mercado.

Para além do Programa 3 + 3, as nossas modalidades de incubação incluem a incubação em gabinete e cowork (presencial e virtual). Estas modalidades destinam-se a acolher projetos e a criar condições físicas favoráveis ao desenvolvimento sustentável dos mesmos, independentemente da fase em que se encontrem.

Acreditamos que o nosso ecossistema e infraestruturas oferecem aos projetos e profissionais um vasto leque de recursos e oportunidades para transformar ideias de negócio em sucessos concretos. Com espaços de trabalho colaborativos e a possibilidade de acesso a uma rede de mentores e especialistas, proporcionamos o ambiente ideal para o desenvolvimento e crescimento dos projetos.

– Conta-nos a história de uma startup que tenha marcado a incubadora? E onde é que a incubação convosco fez a diferença?

São diversas as histórias, mas o ponto comum está na experiência profissional que os founders tinham e os levou a querer concretizar o seu sonho de ter a sua própria empresa, num mercado que já conheciam ou no explorar de novos modelos de negócio a que aspiravam, cabendo ao TAGUSVALLEY estar ao seu lado e procurar responder às suas necessidades.

A CLASSE A+ é o projeto de dois engenheiros civis que em 2008 acreditaram na importância da eficiência energética. Hoje, têm uma equipa de 15 técnicos superiores e 1 administrativo a operar com pelo menos cinco negócios diferentes dentro do setor da construção e imobiliário. No início, foi importante ajudar a construir o modelo de negócio, encontrar financiamentos para o crescimento da organização e o apoio da disponibilização de um espaço que se ajustasse às suas necessidades.

A TECHFRAME é uma empresa líder de mercado na área do fornecimento de serviços digitais de vigilância da propriedade intelectual, com mais de 20 anos de atividade, a partir de 2018 no TAGUSVALLEY diversificou a sua atividade para os e-games e iniciou um novo projeto dedicado à vigilância de sinais gráficos, para complemento e reforço do seu serviço base, com recurso às atuais tecnologias de inteligência artificial. A proximidade ao Instituto Politécnico de Tomar, com os seus professores e alunos, foi o “trigger” para o desenvolvimento do projeto em território de baixa densidade.

– Qual é o fator diferenciador da vossa incubadora? Por outras palavras, o que é que vocês têm de único que potencia o sucesso das startups que incubam?

Para além dos genéricos serviços de apoio ao desenvolvimento de ideias e modelos de negócio, uma ligação ao tecido industrial/institucional regional articulado com a capacidade de incubação industrial, particularmente focada no setor alimentar, bioeconomia e processos industriais, o TAGUSVALLEY potencia o sucesso das startups que incuba com a disponibilização de recursos de piloto industrial capazes de apoiar as startups na resposta com os seus protótipos, pilotos e primeiros lotes colocados no mercado, com o respetivo licenciamento industrial.

Por outro lado, a capacidade técnica alocada nas nossas unidades de investigação aplicada permitem igualmente aceder a uma vasta rede local e nacional de conhecimento para apoiar o desenvolvimento tecnológico dos próprios produtos.

Por fim, porque estamos em território de interior, a atração e fixação de quadros qualificados é estratégico para o território e fator de diferenciação positiva no acesso a financiamentos europeus, em conjugação com o sistema de incentivos municipal de Abrantes para apoiar a criação de postos de trabalho no Parque de Ciência e Tecnologia.

– Que tipo de projetos ou startups estão agora à procura?

Temos sempre espaço para projetos e startups que estejam a desenvolver soluções inovadoras nas áreas agroalimentar, energia renovável, sustentabilidade ambiental e TIC.
Estamos especialmente interessados em empresas que estejam na fase de prototipagem ou expansão inicial, com potencial de escalabilidade e impacto significativo no mercado.

– A comunidade é um dos factores que distingue uma incubadora de um centro de escritórios. Como cuidam da vossa e que planos têm para a tornar mais coesa e fértil?

O TAGUSVALLEY promove regularmente eventos de networking, workshops, e sessões de mentoria para fomentar a colaboração entre os membros da comunidade. Uma das apostas que temos atualmente em cima da mesa, com o encerramento da central termoelétrica a carvão do Pego, é a zona livre tecnológica dedicada às energias renováveis articulado com um programa de atividades dedicadas à transição digital e sustentabilidade, serão seguramente a semente para atrair e envolver um número maior de parceiros para enriquecer a experiência e complementar o leque de soluções para quem está connosco.

– Quais são os principais desafios para a incubação, no vosso contexto concreto?

Alguns dos principais desafios incluem a necessidade de atrair mais investimento para a região, reter talento qualificado e promover a inovação em setores emergentes, como as energias renováveis a par da indústria 4.0, da bioeconomia e do setor alimentar, fortalecendo a componente operacional da incubação industrial. Outro desafio é aumentar a visibilidade das startups a nível nacional e internacional, para garantir que possam escalar e crescer além da região.

– Querem partilhar connosco alguma novidade? Algum evento ou alguma iniciativa que devemos todos ter na nossa agenda?

Em dezembro de 2024, o TAGUSVALLEY celebrará 20 anos de atividade de apoio ao empreendedorismo e de estímulo à inovação. Serão todos muito bem vindos em Abrantes no início de dezembro, para um programa de atividades que celebrará o presente para inspirar o futuro.

SOBRE O #INCUBXDISCOVERIES

#IncubXdiscoveries é a rubrica mensal da Startup Portugal que vai ajudar-te a descobrir as incubadoras portuguesas. Que projetos incubam, como gerem a sua comunidade e que casos de sucesso tiveram e projetos futuros, são alguns dos temas abordados nestas entrevistas.

Se gostarias de conhecer melhor o TAGUSVALLEY, porque gostarias de ver o teu projeto incubado nesta região ou porque queres estabelecer uma parceria, contacta a equipa da Startup Portugal através do e-mail incubadoras@startupportugal.com.