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“Um ecossistema de apoio completo e personalizado”: uma década de Brigantia-EcoPark

“Um ecossistema de apoio completo e personalizado”: uma década de Brigantia-EcoPark

Dez anos depois de abrir as suas portas, o Brigantia-EcoPark continua a provar que a inovação não acontece apenas nas grandes cidades. Em Bragança, construiu uma comunidade próspera em torno da tecnologia, da investigação e do empreendedorismo sustentável. Falámos com Alex Rodrigues, o seu Diretor Executivo, sobre o que tornou este percurso único – e o que está para vir.

Este conteúdo está disponível em inglês.

 

– Como surgiu o Brigantia-Ecopark? Que tipo de projetos incubam?

O Parque de Ciência e Tecnologia “Brigantia-EcoPark” surgiu como uma iniciativa estratégica para promover o desenvolvimento tecnológico, a inovação e o empreendedorismo na região de Bragança. O Brigantia-EcoPark é um espaço de ciência e tecnologia para apoio a empresas consolidadas e a empresas incubadas, ambas de base tecnológica. Possui ainda espaços laboratoriais para apoio à investigação, desenvolvimento e inovação. São membros fundadores: Câmara Municipal de Bragança (CMB), Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Câmara Municipal de Vila Real (CMVR), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (Portus-Park). O Brigantia-EcoPark foi inaugurado em 28 agosto de 2015 e completa, no presente ano, uma década de atividade.

 

– Têm alguma área de especialização?

O Brigantia-EcoPark tem vindo a consolidar áreas de especialização estratégicas, alinhadas com os recursos e competências existentes na região de Bragança, sempre com muita proximidade e envolvimento do Instituto Politécnico de Bragança (IPB). As áreas mais destacadas de especialização são as relacionadas com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), Ambiente, Energia e Eco-Contrução.

 

– Em que consiste o vosso modelo de incubação?

O modelo de incubação (física ou virtual) do Brigantia-EcoPark é pensado para apoiar startups e empresas tecnológicas em diferentes fases do seu desenvolvimento, seja na definição do conceito e ideia de negócio até à aceleração e internacionalização. O modelo combina infraestrutura física, apoio técnico (mentoria, workshop, …), acesso a network e ligação privilegiada à investigação e apoio à proteção da propriedade intelectual, existente no IPB.

 

 

– Conta-nos a história de uma startup que tenha marcado a incubadora? E onde é que a incubação convosco fez a diferença?

A Tree Flowers Solutions (TSF) – https://treeflowerssolutions.pt/ – é uma empresa biotecnológica, focada no desenvolvimento e produção de ingredientes naturais para diferentes setores industriais. Em Portugal, é a primeira empresa que desenvolve atividade principal na extração de compostos bioativos de produtos vegetais e em particular da fileira vitivinícola e da castanha, nomeadamente o extrato de subprodutos de castanheiro, designado de Chestwine, que é um ingrediente natural e orgânico desenvolvido em primeira instância para a conservação de bebidas, visando substituir os aditivos sintéticos, atualmente em uso.

A incubação no Brigantia-EcoPark fez a diferença para a Tree Flower Solutions ao proporcionar um ecossistema de apoio completo e personalizado. Agora, a Tree Flowers Solutions destaca-se pela diferenciação e competitividade dos seus produtos, especialmente em setores onde a procura por ingredientes de origem natural está em constante crescimento. O foco na inovação sustentável e no desenvolvimento de produtos baseados no conhecimento científico (inicialmente desenvolvido e patenteado no IPB), são a força motriz da Tree Flowers Solutions para atingir a liderança do setor.

 

– Falhar também faz parte do caminho. Qual a maior aprendizagem com algo que não correu bem?

Uma das nossas maiores aprendizagens foi a de perceber que não basta oferecer um espaço físico, é preciso investir na construção de uma Comunidade e de um ecossistema capacitado e de grande proximidade com as instituições de ensino superior e empresas locais. A partir desse momento, o Brigantia-EcoPark mudou o seu foco e passou a apostar mais na formação, no acompanhamento e na mentoria personalizada, na promoção de eventos que potenciem o networking, e na valorização da sua parceria estratégica com o IPB e demais entidades regionais. Esta mudança de mindset resultou num crescimento sustentável e de sucesso.

 

– Qual é o fator diferenciador da vossa incubadora? Por outras palavras, o que é que vocês têm de único que potencia o sucesso das startups que incubam?

O grande fator diferenciador do Brigantia-EcoPark é a sua ligação profunda ao território aliada a uma rede de conhecimento e inovação de excelência. O que nos torna únicos é a capacidade de oferecer às startups e às empresas consolidadas que nos procuram, um ambiente tecnológico de excelência, inserido numa região onde ainda há espaço para experimentar, errar e crescer, sem a pressão dos grandes centros urbanos, e com acesso direto ao Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e aos seus investigadores, laboratórios, estudantes e, claro, toda uma Comunidade empenhada em colaborar e integrar.

 

 

– A comunidade é um dos factores que distingue uma incubadora de um centro de escritórios. Como cuidam da vossa e que planos têm para a tornar mais coesa e fértil?

A Comunidade é o coração de uma incubadora, e no Brigantia-EcoPark levamos isso muito a sério. Sabemos que o que realmente distingue uma simples incubadora de um espaço de escritórios é a sua capacidade em gerar colaboração, partilha de conhecimento e espírito de entreajuda entre os empreendedores, investigadores e parceiros. Por isso, procuramos cuidar da nossa Comunidade da melhor forma possível.

 

– Quais são os principais desafios para a incubação, no vosso contexto concreto?

No caso concreto do Brigantia-EcoPark, destacando a sua localização em Bragança, os principais desafios para a incubação estão profundamente ligados às características do território (interior) e ao estágio de maturação do ecossistema regional de inovação. Apesar de termos uma excelente infraestrutura e uma forte ligação ao Instituto Politécnico de Bragança (IPB), existem barreiras geográficas que exigem estratégias específicas e, claro, muita resiliência e foco.

Um dos maiores desafios é a retenção e atração de talento, especialmente em áreas altamente competitivas como as da ciência e das tecnologias. Muitos jovens formados no território tendem a migrar para os grandes centros urbanos ou para o estrangeiro, onde pululam “oportunidades” de emprego e de carreira.

Outro desafio importantíssimo é a dimensão reduzida do mercado local/regional, que obriga as startups a pensarem desde logo em modelos escaláveis e orientados para a exportação, o que nem sempre é fácil numa fase inicial.

Além disso, o acesso ao investimento ainda é muito limitado na região, exigindo um esforço adicional para conectar os projetos incubados com as redes nacionais e internacionais de financiamento.

 

– Querem partilhar connosco alguma novidade?

Sim, temos uma novidade que nos enche de entusiasmo e que merece mesmo estar na vossa agenda: o Brigantia-EcoPark está a expandir-se!

Estamos atualmente com uma taxa de ocupação de 98,54%, com cerca de 80 empresas e aproximadamente 420 colaboradores a laborar no parque, e necessitamos de avançar para uma nova fase de expansão das nossas instalações, criando mais espaços para startups, laboratórios, zonas de coworking colaborativo e áreas dedicadas à formação e promoção de eventos. Esta expansão surge como resposta ao crescimento do ecossistema local e ao aumento da procura por parte de projetos inovadores que querem nascer e crescer em Bragança!

 

 

SOBRE O #INCUBXDISCOVERIES

#IncubXdiscoveries é a rubrica mensal da Startup Portugal que vai ajudar-te a descobrir as incubadoras portuguesas. Que projetos incubam, como gerem a sua comunidade e que casos de sucesso tiveram e projetos futuros, são alguns dos temas abordados nestas entrevistas.

Se gostarias de conhecer melhor o Brigantia-EcoPark, porque gostarias de ver o teu projeto incubado nesta região ou porque queres estabelecer uma parceria, contacta a equipa da Startup Portugal através do e-mail incubadoras@startupportugal.com.

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Startup Portugal Team • Abril 11, 2025

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