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“Encontraram o caminho certo para darem vida às suas ideias”: na Set.Up Guimarães

“Encontraram o caminho certo para darem vida às suas ideias”: na Set.Up Guimarães

Marta Mota Prego, Chefe de Divisão de Desenvolvimento Económico do Município de Guimarães, aproveitou a oportunidade para nos explicar a visão do Município para o ecossistema, com especial enfoque na ponte entre a indústria, o meio académico e o empreendedorismo. Venha connosco conhecer esta incubadora no berço de Portugal.

Conteúdo disponível em inglês.

 

– Como surgiu a Set.Up Guimarães? Que história já fizeram?

A Set.Up Guimarães é a rede de Incubadoras do Município de Guimarães. Certificada pela Rede Nacional de Incubadoras (da Startup Portugal), foi criada com o objetivo de fomentar o empreendedorismo e apoiar no desenvolvimento de ideias de negócio inovadoras, dividindo-se em 3 eixos, o LabPac – área criativa, TecPark – área tecnológica, e o Set.Up In(dustry) – área industrial.

Contamos com uma rede de quase três dezenas de mentores, composta por gestores, founders e académicos experientes. Até agora, já apoiámos mais de 120 projetos/startups, 220 empreendedores e organizámos centenas de iniciativas de capacitação, sensibilização, mentoria e networking para as startups da comunidade, apostando claramente na ligação entre os vários atores do ecossistema empreendedor: startups, indústria, academia, associações setoriais e redes de investidores.

 

– Conta-nos a história de uma startup que tenha marcado a incubadora? E onde é que a incubação convosco fez a diferença?

Na Set.Up Guimarães, temos orgulho de dizer que grande parte dos nossos incubados encontrou o caminho certo para darem vida às suas ideias. Dessas, podemos destacar a Hydrumedical, um daqueles ótimos exemplos de como uma spin-off que saiu da academia e passou pelo programa de incubação da Set.Up Guimarães tem vindo a caminhar em direção ao sucesso.

A Hydrumedical surgiu como uma spin-off do Grupo 3B’s, grupo de investigação da UMinho, e o objetivo inicial passava por juntar o que se fazia de melhor em biomateriais e investigação na parte dos materiais aplicados à saúde e na melhoria das tecnologias médicas. Após três anos de investigação e desenvolvimento, Alexandre Barros, CEO da Hydrumedical, trabalhando a ideia no seu Doutoramento, desenvolveu um protótipo funcional de um cateter biodegradável.

A Hydrumedical já foi investida com cerca de 2 milhões de euros de investimento privado e continua inserida no ecossistema Set.Up Guimarães/Avepark. A prova disso é a recente inauguração do seu próprio edifício de raiz, construído e inaugurado recentemente no Avepark.

 

– Falhar também faz parte do caminho. Qual a maior aprendizagem com algo que não correu bem?

Uma das maiores aprendizagens que tivemos relacionou-se com o programa de aceleração e incubação industrial Set.Up IN(dustry), que permite promover uma relação win-win: as startups ganham acesso a um espaço de trabalho, a ferramentas e a know-how que ajuda na validação dos seus protótipos e a indústria ganha acesso à colaboração com startups, podendo ver acelerado o seu processo de inovação tecnológica (e digital) e melhorada a sua eficiência.

A primeira edição contou com um trabalho intensivo da Set.Up Guimarães junto das startups participantes. No entanto, e embora o programa tenha tido um impacto bastante positivo, rapidamente percebemos que era necessário capacitar também a indústria, de forma a que os empresários e as suas equipas estivessem preparados para trabalharem de forma colaborativa com as startups. Nesse sentido, consideramos que a primeira edição do programa poderia ter tido um impacto ainda maior se a indústria fosse capacitada sobre como tirar partido do trabalho realizado com as startups.

E, lá está, a primeira edição do programa acabou por nos proporcionar um conjunto de aprendizagens bastante relevante. Estamos, neste momento, em vias de lançar uma terceira edição, ainda mais inovadora e disruptiva, no qual se planeou também a organização de um conjunto de sessões de capacitação para a indústria. Pretendemos passar aos empresários e às suas equipas técnicas várias estratégias que permitirão potenciar ao máximo a relação startups-indústria e a incubação das startups nas suas instalações.

 

 

– Qual é o fator diferenciador da vossa incubadora? Por outras palavras, o que é que vocês têm de único que potencia o sucesso das startups que incubam?

O Município de Guimarães tem vindo a trabalhar, através da Set.Up Guimarães, para aumentar a relação startups-indústria-centros de conhecimento, onde o já referido programa de aceleração Set.Up IN(dustry) é um bom exemplo.

Não podemos esquecer que Guimarães é um concelho intrinsecamente ligado à indústria, especialmente à da área têxtil, cutelarias e metalúrgica (verticais que pesam para que o domínio do setor secundário prevaleça até aos dias de hoje), pelo que se torna imprescindível a continuidade de desenvolvimento de programas que estimulem a inovação na indústria, ajudando a transição para o digital de uma forma articulada.

A ligação das startups incubadas à Universidade do Minho, ao Instituto Politécnico do Cávado e Ave e aos interfaces académicos e Centros de I&D também se assume como fator relevante no processo de crescimento e sucesso dos projetos. Estas estruturas são essenciais no apoio às startups, permitindo que estas trabalhem em parceria com investigadores, especialistas e técnicos de diversas áreas, experiências e recursos.

Outro fator diferenciador assenta no apoio on demand e individualizado que disponibilizamos às startups. A Set.Up Guimarães apresenta um programa de incubação aberto e adaptável às necessidades de cada startup da comunidade, ajustando os recursos e projetando os serviços para impulsionar o crescimento e o sucesso de cada uma, aumentando as suas hipóteses de superarem os desafios iniciais e alcançarem o sucesso a longo prazo.

 

– A comunidade é um dos factores que distingue uma incubadora de um centro de escritórios. Como cuidam da vossa e que planos têm para a tornar mais coesa e fértil?

Consideramos o sentimento de Comunidade por parte dos empreendedores como fundamental para o crescimento e desenvolvimento das startups. Costumamos dizer que a Set.Up Guimarães não se materializa apenas na existência de dois edifícios para incubação de empresas, que simplesmente disponibilizam o espaço de trabalho para os empreendedores. A Set.Up Guimarães é uma comunidade, um organismo vivo que nasceu para apoiar o empreendedorismo da região e que vai evoluindo em função das necessidades de cada projeto que se instala na incubadora.

Todas as iniciativas por nós organizadas têm em vista a troca de sinergias entre as várias startups instaladas na Set.Up Guimarães, contribuindo para um ambiente dinâmico e colaborativo, que facilita a interação entre empreendedores, mentores, investidores e indústria, criando desta forma um ecossistema ímpar.

São exemplo as várias atividades de networking que organizamos (como as Creative Session, as Creative Tour e os Creative Breakfast) e que servem, sobretudo, para conectar as startups incubadas com outros empreendedores, mentores, investidores, especialistas académicos e profissionais da indústria, criando uma rede de contactos essencial para o crescimento dos empreendedores da comunidade.

 

– Quais são os principais desafios para a incubação, no vosso contexto concreto?

Os desafios que se avizinham assentam sobretudo no aumento do alcance da Set.Up Guimarães a nível nacional e internacional. Neste ponto, as parcerias internacionais assumem-se como imprescindíveis.

A Set.Up Guimarães tem trabalhado para reforçar a participação em redes internacionais constituídas por Universidades, Interfaces e Centros de I&D, com vista a aumentar as condições de apoio aos empreendedores da comunidade Set.Up Guimarães, proporcionando o acesso a um ecossistema que apresenta condições de excelência.

Nesta fase, estamos também focados em reforçar e reafirmar o posicionamento nacional e internacional do Avepark – Parque de Ciência e Tecnologia, a que também estamos ligados, como hub de referência para a instalação de empresas de grande intensidade em conhecimento científico e tecnológico e startups da área do digital, das tecnologias médicas e da biotecnologia.

 

– Querem partilhar connosco alguma novidade? Algum evento ou alguma iniciativa que devemos todos ter na nossa agenda?

Em 2024, podemos destacar a realização de duas grandes iniciativas:

  • A #3 Edição do programa de aceleração e incubação Set.Up In(dustry), mais completo e mais disruptivo, com a vertente de capacitação da indústria para permitir o soft landing das startups, promovendo uma colaboração estratégica e bem-sucedida.
  • Teremos também a segunda edição do Mês da Economia, Inovação e Indústria do Futuro (que no ano 2023 se realizou no mês de outubro, contando com milhares de participantes e com a realização de mais de 30 iniciativas e eventos. A edição de 2024 contará também com uma semana de eventos dedicada especificamente à temática do empreendedorismo e das startups.

 

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Startup Portugal Team • Março 15, 2024

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