Estabelecer um negócio em Portugal: financiamento
Começar um negócio envolve fazer investimentos, o que pode ser um desafio para muitas pessoas com ideias promissoras. No entanto, existem várias formas de contornar essa questão. Aqui estão alguns exemplos de como obter o financiamento necessário.
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Se tiveres uma ideia para iniciar um negócio, terás de garantir financiamento para a tua empresa. Neste artigo, apresentamos-te algumas ideias sobre como conseguir financiamento:
Família, Amigos e Tolos, também conhecido como 3Fs (Family, Friends and Fools), é um termo comum na gíria das startups e é uma forma popular de obter financiamento para negócios que envolvem um baixo investimento. Significa que recorremos a pessoas próximas a nós, disponíveis para ajudar e que também possam querer um retorno no negócio.
Crowdfunding é um sistema de financiamento coletivo, realizado através de uma plataforma online, que permite a várias pessoas fazerem doações de pequenas quantias, muitas vezes em troca de contrapartidas simbólicas. A angariação de fundos por esta modalidade pode ser feita em plataformas como, por exemplo, Kickstarter, GoFundMe, PPL, European Crowdfunding Network e Indiegogo.
Equity Crowdfunding, semelhante ao crowdfunding, é um sistema coletivo através de plataformas online. Neste caso, os investidores obtêm uma participação na empresa como contrapartida. Em Portugal, este tipo de financiamento pode ser encontrado na plataforma Seedrs.
Peer-to-Peer Lending é uma plataforma colaborativa de financiamento que oferece uma alternativa de baixo custo para micro e pequenas empresas com pelo menos dois anos de atividade e um status financeiro e fiscal regular. Basicamente, através de uma plataforma, as pessoas emprestam diretamente às empresas, em termos mais favoráveis para ambas as partes. Em Portugal, este serviço é fornecido pela plataforma Raize.
Crédito bancário é o tipo mais convencional de financiamento. Se escolheres este método, é importante que analises as ofertas de várias instituições para garantir a melhor taxa de juros. Deves também verificar as taxas associadas ao empréstimo. Como regra geral, esta alternativa exige que forneças garantias para assegurar que o dinheiro emprestado seja reembolsado. As garantias mais comuns utilizadas são a hipoteca de um imóvel, como uma casa, ou um fiador.
Sociedade de garantia mútua é um sistema privado desenvolvido especificamente para situações em que as empresas não têm garantias suficientes para aceder ao crédito bancário. Cabe à sociedade de garantia mútua fornecer garantias financeiras para o seu empréstimo (como se fosse um fiador), permitindo-lhe desbloquear um crédito bancário para a sua empresa.
Microcrédito é um empréstimo para quantias menores, entre 500 e 2.500 euros, que não requer garantias e destina-se a empreendedores e microempresas com iniciativas viáveis. Já existem muitas instituições bancárias tradicionais que oferecem este tipo de serviço.
O Instituto do Emprego e Formação Profissional tem vários programas de apoio, nomeadamente a Criação do Próprio Emprego e a Criação de Empresas. O primeiro beneficia aqueles que estão a receber subsídio de desemprego, enquanto o segundo beneficia aqueles que estão inscritos no centro de emprego, não recebendo quaisquer subsídios, como jovens à procura do primeiro emprego ou trabalhadores independentes (cujo rendimento mensal é inferior ao salário mínimo).
Ambos proporcionam acesso a linhas de crédito especiais MICROINVESTE (financiamento até 20 mil euros para investimentos até 20 mil euros) e INVEST + (financiamento até 100 mil euros para investimentos entre 20 mil e 200 mil euros), beneficiando de taxas de juro vantajosas e garantia (sob o mecanismo de garantia mútua), bem como apoio técnico para o projeto empresarial. Para aqueles que estão a receber subsídio, o apoio à Criação do Próprio Emprego permite que seja recebido na totalidade (de uma só vez e não mensalmente) para ser investido no negócio.
O Empreende XXI é outro programa que te ajuda a criar, desenvolver e financiar novos projetos empresariais. Este é um programa desenvolvido pelo IEFP, em parceria com a Startup Portugal. As candidaturas estão agora encerradas.
Business Angels investem em negócios que ainda estão numa fase embrionária, proporcionando também orientação e mentoria. Em troca do financiamento de um negócio, têm uma posição minoritária na empresa. Visita o site da Investors Portugal – a associação portuguesa de investidores em early stage.
Entidades de Capital de Risco especializam-se em investir em empresas emergentes, o que se traduz na aquisição de parte do capital. As participações são temporárias (entre três a sete anos) e focam-se particularmente em startups inovadoras, com grande potencial de crescimento e rentabilidade. Como regra geral, os montantes de investimento são superiores aos fornecidos por um Business Angel.
A Portugal Ventures é uma empresa de capital de risco que investe em empresas em fase seed e early stage em verticais como Digital, Engenharia & Indústria, Ciências da Vida e Turismo. Esta empresa de capital de risco concentra-se no financiamento early seed e seed, com startups que têm um negócio relevante em Portugal. Pode verificar as candidaturas abertas. Além disso, todos os meses, a Portugal Ventures abre portas para conhecer novos projetos através dos seus Open Days.
Apoio público
Entre os fundos públicos e europeus, o Portugal 2030 concretiza o Acordo de Parceria estabelecido entre Portugal e a Comissão Europeia, que define os principais objetivos estratégicos para a implementação, entre 2021 e 2027, do montante global de 23 mil milhões de euros. Podes verificar o Plano Anual de Avisos.
A União Europeia também financia vários projetos, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A Startup Portugal é a entidade gestora de duas destas medidas, intituladas Vouchers para Startups – Novos Produtos Verdes e Digitais – e Vales para Incubadoras e Aceleradoras.
O IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação promove uma ampla gama de programas, iniciativas e serviços, com vista ao apoio deste setor. Os seus programas centram-se no apoio ao empreendedorismo, impulsionando a inovação empresarial e a gestão da inovação, e promovendo e monitorizando dinâmicas de eficiência coletiva, nomeadamente clusters, redes colaborativas e transferência de tecnologia.
O Banco Português de Fomento tem programas para startups: Deal-by-Deal, um programa de co-investimento, projetado para realizar investimento direto ou operações de financiamento em empresas, em co-investimento com investidores privados; Linha de Apoio ao Empreendedorismo e Criação do Próprio Emprego; e Programa de Recapitalização Estratégica.
O Banco Português de Fomento também gere um fundo de impacto social, o Fundo de Inovação Social. Este instrumento visa apoiar projetos que oferecem soluções inovadoras para enfrentar problemas sociais com base na sua sustentabilidade e potencial para impactar positivamente a comunidade, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Social das Nações Unidas.
Se estás à procura de oportunidades no setor do turismo, o NEST – Tourism Innovation Center é a entidade a contactar, com oportunidades de programas de financiamento para startups e scaleups.
Prémios e concursos
Ao longo do ano, várias instituições desafiam novas empresas, especialmente startups. A Startup Portugal seleciona anualmente um grupo de startups para representar Portugal na Web Summit, com o nosso programa Road 2 Web Summit. Além das condições especiais para participar na conferência, este programa ajuda também startups e empreendedores a prepararem a sua presença e apresentação para a Web Summit em bootcamps dedicados. A Web Summit, por sua vez, em todas as suas edições realiza um concurso entre várias startups, como o Startup Pitch.
Outros exemplos incluem os Prémios de Empreendedorismo da Startup Lisboa, nomeadamente o Prémio João Vasconcelos – Empreendedor do Ano, atribuído anualmente para promover o espírito de iniciativa e fomentar a inovação.
O Prémio Jovem Empreendedor é também um dos concursos de empreendedorismo mais emblemáticos e antigos em Portugal, promovido pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários.
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